Na cidade de Campo Grande, um condutor colidiu com um veículo estacionado e deixou um comunicado expressando suas desculpas e comprometendo-se a arcar com os danos causados.
A condução de veículos é uma das atividades exclusivas para indivíduos que atingem a maioridade. Nesse sentido, é necessário obter a habilitação de motorista (CNH). Esse documento proporciona a autonomia de dirigir para qualquer destino, desde que se cumpram todas as leis e regulamentos de trânsito. No entanto, as aulas práticas nem sempre são capazes de preparar adequadamente os condutores para lidar com as situações reais de tráfego, incluindo seus perigos e imprevistos. Além disso, mesmo motoristas experientes estão sujeitos a acidentes inesperados.
O RECADO
É indiscutível que se deparar com uma situação assim não traz boas sensações. No entanto, o indivíduo foi surpreendido ao abrir a porta do veículo. Naquele momento, um pedaço de papel caiu, contendo um pedido de desculpas. “Danifiquei o espelho retrovisor do seu carro. Por favor, entre em contato para que eu possa reembolsá-lo. Desculpe”, dizia a nota deixada pelo motorista responsável pela colisão.
Segundo Laporte, eles residem em um condomínio sem garagem, o que implica em deixar os veículos estacionados na rua. A família avistou o carro danificado do apartamento antes de se aproximar dele.
“Fiquei profundamente desapontado, pois aquele carro foi um presente para o meu filho. Na manhã seguinte, bem cedo, eu já estava planejando levá-lo a uma oficina para os reparos necessários. Quando fui abrir a maçaneta, deparei-me com um recado, um bilhete. Nele, alguém se identificava e informava ter colidido com o carro, manifestando o desejo de reembolsar-me e solicitando que entrasse em contato”, relatou Laporte.
GENTILEZA
O ato do motorista que colidiu com o veículo do filho de Laporte pode ter sido considerado simples, mas evidenciou para o empresário como ações como essa fortalecem as relações entre os condutores no trânsito e podem resultar em uma comunidade mais segura.
“Uma coisa que realmente me sensibiliza é ver pessoas empurrando carros na rua. Certa vez, na esquina da Rui Barbosa com a Dom Aquino, no centro de Campo Grande, um carro parou de funcionar, causando congestionamento e todos buzinando, sem ter o que fazer. Eu desci do meu veículo e fui ajudar a empurrar o carro até um espaço disponível, para liberar o fluxo do trânsito”, compartilhou ele.
CONDUTOR
No caso envolvendo o filho de Laporte, o motorista responsável pela colisão deixou um bilhete contendo suas informações para reparar o dano causado. No entanto, existem situações em que os motoristas optam por colocar um bilhete no carro como forma de prevenir possíveis acidentes, como aconteceu em Balneário Camboriú, cidade litorânea no norte de Santa Catarina.
Uma motorista recém-habilitada encontrou uma maneira de lidar com o trânsito real sem incomodar outros condutores caso cometesse algum erro. Para isso, ela fixou um aviso no vidro traseiro do seu veículo.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o bilhete escrito por ela e colado no carro. “Recém-habilitada. Mantenha distância e seja gentil! Fico nervosa e o carro pode desligar”, dizia o bilhete.
Jeferson Soccol, morador da região, foi quem filmou o carro da motorista recém-habilitada. Ele avistou o veículo no centro de Balneário Camboriú enquanto voltava do trabalho. “Balneário Camboriú é uma cidade cheia de surpresas, tudo pode acontecer”, brincou Jeferson.
É importante ressaltar que essa foi uma tentativa de fazer com que os motoristas fossem mais pacientes com uma motorista recém-habilitada. No entanto, de acordo com Atanir Antunes, presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), não há orientações específicas do Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina (Detran) nesses casos.
“Um condutor habilitado passa pelo exame prático e está apto a dirigir nas vias públicas. A legislação também não prevê nada a esse respeito. O adesivo colocado pelo motorista serve apenas como um aviso para que os outros tenham cuidado ao se aproximarem do seu veículo”, explicou ele.
Além disso, Atanir também forneceu orientações sobre o uso de bilhetes nos vidros dos carros. “É permitido colocar um adesivo pequeno, desde que não obstrua a visibilidade das áreas envidraçadas necessárias para a condução do veículo, como o para-brisa dianteiro e os vidros laterais do motorista. No entanto, não é permitido utilizar adesivos grandes que alterem a cor do veículo em mais de 50%”, resumiu.