Conforme relatório divulgado pelo Instituto Orca, especializado na identificação de espécies marinhas, é incomum encontrar tubarões-baleia encalhados.
Nesta segunda-feira (27), moradores da Baía de Vitória encontraram um gigantesco tubarão-baleia, com cerca de 12 toneladas, sem vida. Especialistas do Instituto Orca, por meio do projeto Baleia Jubarte, confirmaram que se tratava da espécie Rhincodon typus, reconhecida como o maior peixe do mundo, sendo raro o registro de encalhes desse tipo de animal.
SOBRE A ESPÉCIE
De acordo com os especialistas do projeto, constatou-se que se tratava de uma fêmea adulta medindo impressionantes 11,6 metros de comprimento. A carcaça do tubarão-baleia, em estado avançado de decomposição, foi rebocada até um estaleiro localizado na Prainha, em Vila Velha, nesta terça-feira (28).
No estaleiro, os pesquisadores realizaram uma necropsia minuciosa no tubarão-baleia, visando compreender melhor seus hábitos e os possíveis impactos enfrentados pela espécie. Essa análise contribuirá significativamente para o conhecimento científico e para a conservação desses animais.
NECRÓPSIA
Conforme os resultados da necropsia realizada pelo projeto, foi constatado que o animal aparentava estar em bom estado de saúde e bem alimentado, com uma camada de gordura significativa. O exame do estômago indicou que o tubarão-baleia estava se alimentando de forma normal.
Além disso, o exame não revelou a presença de materiais estranhos, como plásticos e borrachas provenientes da poluição oceânica, tampouco evidências de enredamento em equipamentos de pesca ou indícios de colisão com embarcações.
AMOSTRAS
O projeto também informou que foram coletadas amostras de tecido do tubarão-baleia, que serão examinadas posteriormente com o objetivo de identificar possíveis doenças ou contaminações.
Ao término da necropsia, de acordo com o Baleia Jubarte, o animal será devidamente enterrado em um local apropriado providenciado pela Secretaria de Meio Ambiente de Vila Velha.
ONDE HABITA?
O tubarão-baleia é uma espécie que habita principalmente águas tropicais e subtropicais ao redor do mundo. Eles são conhecidos por sua ampla distribuição geográfica e são frequentemente avistados em áreas com águas quentes e ricas em nutrientes.
Esses majestosos animais são encontrados em oceanos abertos, bem como em áreas costeiras próximas a recifes de coral, ilhas e plataformas continentais. As águas ao longo da costa do Pacífico, incluindo o Golfo da Califórnia, as Filipinas, a Indonésia e a Austrália, são locais onde os tubarões-baleia são avistados com mais frequência.
REGIÕES
Além disso, eles também podem ser encontrados em regiões como o Mar Vermelho, o Golfo Pérsico, o Oceano Índico e o Mar do Caribe. Esses tubarões têm a capacidade de migrar longas distâncias em busca de alimento, seguindo correntes oceânicas e aproveitando as áreas de alimentação sazonal.
Embora sejam principalmente encontrados em águas quentes, ocasionalmente podem ser avistados em regiões mais frias, como o Atlântico Norte e Sul. No entanto, é importante ressaltar que sua presença nessas áreas é mais rara.
Em resumo, o tubarão-baleia é uma espécie que tende a habitar águas tropicais e subtropicais ao redor do mundo, sendo encontrados em oceanos abertos, áreas costeiras e regiões com recifes de coral, seguindo correntes oceânicas e aproveitando as áreas de alimentação sazonal.
COMO VIVEM?
O tubarão-baleia é uma espécie marinha fascinante e, embora seu comportamento seja amplamente estudado, ainda há muito a aprender sobre sua vida e hábitos. Aqui estão algumas informações sobre como eles vivem:
- Alimentação: O tubarão-baleia é um filtrador de alimentação, o que significa que se alimenta principalmente de plâncton, pequenos peixes, crustáceos e outros organismos marinhos microscópicos. Eles nadam com a boca aberta, filtrando grandes volumes de água e capturando alimentos por meio de suas brânquias filtradoras.
- Tamanho e crescimento: O tubarão-baleia é o maior peixe do mundo, podendo atingir comprimentos de até 12 a 18 metros, embora registros de indivíduos ainda maiores tenham sido relatados. Eles crescem lentamente, e estima-se que atinjam a maturidade sexual entre 25 e 30 anos de idade.
- Comportamento social: Os tubarões-baleia são geralmente solitários, mas ocasionalmente podem ser vistos em grupos durante períodos de alimentação em áreas com abundância de alimentos. Esses grupos são geralmente formados por indivíduos de diferentes tamanhos e idades.
- Migração: Os tubarões-baleia são animais migratórios e podem percorrer longas distâncias em busca de alimentos e para reprodução. Eles seguem correntes oceânicas e podem migrar entre diferentes áreas ao longo do ano.
- Longevidade: A expectativa de vida do tubarão-baleia ainda é um assunto de estudo, mas estima-se que possam viver até cerca de 70 anos.
- Interação com humanos: Esses tubarões são conhecidos por serem dóceis e geralmente não representam uma ameaça para os humanos. Mergulhadores têm a oportunidade de nadar e observar essas criaturas incríveis em algumas áreas onde são avistadas com frequência, como parte de atividades de turismo responsável.
É importante lembrar que, como qualquer outra espécie marinha, o tubarão-baleia enfrenta ameaças, como a pesca ilegal e a colisão com embarcações. A proteção e conservação desses animais são fundamentais para garantir sua sobrevivência e o equilíbrio dos ecossistemas marinhos.